equilíbrio
- Tássia Pinheiro
- 12 de out.
- 1 min de leitura

O equilíbrio do organismo é o movimento.
Equilíbrio é uma palavra muito usada por quem afirma querer fugir dos exageros. Ser alguém equilibrado parece, nas descrições de quem diz buscá-lo , alguém que não cede nem tanto ao céu e nem tanto ao mar. Se polarizações são exageros, encontrar o equilíbrio tem ao ver com um ponto de acordo ou meio termo?
Sempre que alguém fala de buscar um equilíbrio, parece muito com uma tentativa de encontrar esse “meio termo”. Meio termo no entanto me soa incompleto, pela metade. Não vai à termo. Onde estaria a inteireza então?
Se volto meu olhar pro organismo, existe uma resposta possível: Equilíbrio é movimento. O equilíbrio na respiração não está num meio termo entre inspirar e expirar, o equilíbrio do ritmo cardíaco não está no meio termo entre contração e relaxamento, respirar e pulsar são movimentos, ação. Cada ato desse movimento precisa ser inteiro. Cada ato inteiro de um lado pro outro, um movimento equilibrado, vai e vem, dentro e fora, aperta e solta...
Não precisamos encontrar o meio, precisamos descobrir o ritmo.
Isso tudo me lembra a definição de contato dada por Laura Perls: “Não é um estado, mas uma atividade com certo ritmo de tocar e soltar. Fazemos contato reconhecendo e enfrentando o outro e experimentando a nós mesmos ao fazê-lo. É um vaivém ou oscilação contínua entre mim e o outro"
Não quero o caminho do meio, nem meio caminho. Quero o ato de caminhar. Inteiro. Pra lá e pra cá.
Música é som e silêncio, não pela metade. Mas num ritmo, num tempo, e com muitas combinações possíveis.
Equilíbrio é movimento.



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